Nesse tipo de hospital, o enfermo se prepara para o retorno ao lar e seus familiares e responsáveis passam por treinamentos para aprender os cuidados necessários com a doença crônica.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como diabetes, hipertensão, doenças renais e câncer, são responsáveis por 63% das mortes no mundo. No Brasil, esse percentual sobe para 74%. Essas doenças podem se manifestar ao longo da vida, mas em alguns períodos, elas ficam mais agudas, o que faz com que o paciente precise de um atendimento especial e até mesmo urgente em hospitais de alta complexidade.

Nesses locais, o enfermo passará por diversos tipos de exames, procedimentos e tratamentos para estabilizar de doença. Feito isso, o portador da doença crônica receberá alta hospitalar. O problema é que, muitas vezes, ele e seus familiares ou responsáveis não tomam os devidos zelos, a doença fica aguda novamente e a volta ao hospital de alta complexidade se faz necessária. Com o intuito de preparar os pacientes para o retorno ao lar, treinar o mesmo e familiares sobre os cuidados e, consequentemente, diminuir os riscos que a doença fique aguda novamente foram criados os hospitais de transição.

Nesses locais, o paciente contará com os cuidados de uma equipe multidisciplinar formada por médico, fisioterapeuta, nutricionista, psicólogo, fonoaudiólogo e farmacêutico e com atendimento de enfermeiros 24 horas por dia. O tempo de permanência pode variar de 30 a 90 dias.

“Com o acompanhamento dessa equipe, o enfermo será capaz de entender sua nova condição clínica e se adaptar a ela para que seu retorno ao lar seja o mais tranquilo possível. Os profissionais também são responsáveis por treinar familiares ou cuidadores para que realizem cuidados que não necessitem de capacitações técnicas, como curativos e aspirações”, explica Marne Nascimento, médico especialista em Medicina Baseada em Evidência e diretor de relacionamento do Royal Care, um hospital de transição localizado em Vitória, no Espírito Santo.

Para o médico, optar por um hospital de transição logo após a alta em um de alta complexidade também traz mais segurança para o portador da doença crônica. “Permanecer internado mais tempo que o necessário em hospitais mais estruturados, com Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e Centro Cirúrgico, por exemplo, representa um risco real de dano a própria saúde do paciente, já que ele pode ser vítima de infecções e bactérias”, alerta Marne Nascimento.

Saiba mais sobre a Royal Care

O hospital de transição Royal Care aposta em uma estrutura planejada para remeter ao ambiente doméstico e facilitar a adaptação do enfermo. O local possui piso de madeira em todos os quartos dos 33 leitos, o que deixa o ambiente mais leve e acolhedor. Os pacientes não ficam apenas nesses locais, eles também saem para tomar banho de sol.

O contato com a família é estimulado por meio de horários mais flexíveis para visitação, sem restrição do número de visitantes, o que não costuma ocorrer em hospitais de alta complexidade. Até os bichinhos de estimação estão liberados em horários estabelecidos. Os pacientes e seus familiares e amigos também podem participar de eventos realizados em datas comemorativas, como aniversários, Dia das Mães, Dia dos Pais, Natal, etc.